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Fãs de Twenty One Pilots questionam acesso preferencial de PCDs e geram polêmica em Curitiba

Ontem (22), no show do Twenty One Pilots em Curitiba, uma confusão envolvendo o acesso preferencial de 15 pessoas com deficiência (PCDs) acendeu o alerta sobre a falta de empatia e compreensão acerca de direitos fundamentais. Antes da abertura dos portões, as PCDs exerceram seu direito de entrada prioritária, garantido pela Lei nº 10.048/2000, que assegura atendimento preferencial em eventos públicos e privados. No entanto, foram vaiadas por algumas pessoas que portavam pulseiras distribuídas pela produção.

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Créditos: Reprodução X

Essas pulseiras, foram utilizadas como estratégia para organizar as filas e evitar que o público precisasse passar horas esperando, garantindo a entrada antecipada aos primeiros 500 da fila, conforme a ordem numérica. Apesar disso, o acesso preferencial para PCDs segue outra lógica: é um direito fundamental que visa assegurar segurança, dignidade e equidade, evitando que essas pessoas enfrentem situações desgastantes e muitas vezes inviáveis. Em conversa com algumas pessoas PCDs que estavam presentes, o Tô na Grade apurou um dado preocupante: muitas delas optam por não utilizar o direito de entrada preferencial por receio de retaliações. Em diversos casos, já foram alvo de olhares invasivos ou até abordagens desrespeitosas, com perguntas como: "Qual o problema que você tem?". Isso mostra que o preconceito velado, aliado à desinformação, torna a experiência de exercer um direito algo desgastante e, muitas vezes, constrangedor. Vale ressaltar que, além da Lei nº 10.048/2000, o Decreto nº 5.296/2004 regulamenta as normas para a priorização de PCDs em serviços e atendimentos. No caso de eventos, produções têm o dever de garantir não apenas o cumprimento da lei, mas também a comunicação clara e didática sobre como funcionam as prioridades, de forma a evitar situações de constrangimento ou conflitos como o que ocorreu em Curitiba.


As produções de eventos também têm um papel fundamental nesse processo. É crucial que medidas sejam tomadas para educar o público sobre a dinâmica das filas preferenciais e reforçar a importância do respeito às PCDs. Campanhas informativas nas filas, sinalizações claras e instruções diretas nas comunicações oficiais podem ajudar a evitar episódios de constrangimento e garantir um ambiente mais inclusivo. O acesso preferencial não é um privilégio ou vantagem, mas uma medida de equidade para compensar barreiras que essas pessoas enfrentam em seu dia a dia – barreiras que, muitas vezes, são invisíveis para quem não as vivencia. Eventos culturais e shows devem ser espaços acolhedores para todos, independentemente de suas condições físicas ou sensoriais. A inclusão é um compromisso coletivo, e cabe a cada um de nós garantir que os direitos de todos sejam respeitados. Afinal, transformar um direito básico em motivo de discriminação ou conflito é o contrário do que a música e a arte deveriam promover.

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