Papa Emeritus I: O Primogênito Esquecido - A LORE POR TRÁS DO GHOST [PARTE 2]
- Ellen Artie
- há 3 dias
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Atualizado: há 2 dias
Se a fundação da Clergy e o legado de Papa Nihil foram só o aquecimento, agora é que o caos começa de verdade. Com o palco armado e a máquina girando, a Ordem precisava de rostos novos para levar adiante sua missão profana — e assim nasceu a linhagem dos Papas Emeritus.
A próxima fase da história é marcada pela ascensão e queda de três irmãos, cada um com sua personalidade, estilo e agruras próprias. Foram eles que comandaram o Ghost nas primeiras grandes eras musicais, e também os responsáveis por boa parte dos dramas e reviravoltas que tornaram essa saga tão envolvente.
Antes da glória, antes dos palcos gigantes e das mitologias elaboradas, existia apenas o culto. E à frente desse culto estava Papa Emeritus I, ou Primo para os mais íntimos, o líder sombrio e silencioso que deu início à era da Ghost.
Entre 2008 e 2012, enquanto a banda ainda era envolta em total mistério, Papa I guiou os primeiros rituais, trouxe à tona o álbum Opus Eponymous e plantou as sementes de tudo que viria a crescer depois. Ele é considerado o segundo mais velho entre os irmãos Papas — e também o mais enigmático.
Aparência e Vestimentas Papa I é o único a usar uma máscara pré-fabricada, chamada Walter Grey #103 — uma peça simples de espuma, com feições de um senhor idoso. A maquiagem de caveira é mais crua e o visual geral tem um ar gótico, teatral e rudimentar, refletindo o começo humilde da banda. Visualmente, ele parecia ter saído direto de um ritual ocultista dos anos 70. Ele teve dois figurinos durante seu ciclo: O primeiro era uma casula preto e vermelha com cruzes invertidas e uma mitra preta com o Grucifixo.

Mais para o final do ciclo, passou a usar uma casula branca e preta com detalhes dourados, trazendo uma aparência mais "solene" ao personagem.

Apesar da simplicidade, o visual de Papa I estabeleceu a identidade estética que todos os Papas seguintes iriam seguir (e aprimorar).
O Início do Culto
Papa Emeritus I fez sua estreia ao vivo em 23 de outubro de 2010, no Hammer of Doom Festival em Würzburg, Alemanha, cinco dias após o lançamentos do álbum Opus Eponymous. Nessa época, Ghost era uma banda underground, mas já chamava atenção pelo visual ousado e a atmosfera cerimonial dos shows.
Durante toda a era Opus Eponymous, Papa I permaneceu praticamente mudo em rituais. Ele não concedia entrevistas, não se comunicava com o público e não aparecia fora de personagem. Sua presença era silenciosa, que deixava a música e o mistério falarem por si.
Mas apesar do visual marcante, Papa I teve pouco tempo de palco. Sua era foi curta e discreta, encerrada em 2012 com uma cerimônia de “aposentadoria” em Linköping, na Suécia. Papa I é “aposentado” pela Clergy. No palco, ele passa seu microfone para uma nova figura — mais vaidosa, mais expressiva e mais moderna: Papa Emeritus II.
Momento em que Papa Emeritus II assume o microfone.
Papa I pode não ter tido o mesmo brilho ou fama dos Papas que vieram depois, mas ele é a base de tudo. Foi com ele que o Ghost saiu do anonimato e se tornou um culto musical com identidade própria. O Opus Eponymous pavimentou o caminho para o sucesso da banda e ajudou a consolidar uma estética que mistura teatralidade religiosa, satanismo fictício e rock ocultista.
Sem Papa I, não haveria herança para ser passada. E mesmo depois de sua aposentadoria, sua imagem permanece viva como a figura que iniciou a era dos Papas — o pioneiro do culto.

A ascensão estava só começando…
Se Papa I foi o arauto silencioso que deu início ao culto, o próximo Papa viria com novas ambições — mais ousado, mais vaidoso, e com uma missão clara: levar a palavra da Sombra ao mundo inteiro.
Revisão: Pedro A. e Jay F.
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