Se era só uma fase, ninguém avisou: O emo está mais vivo do que nunca no Rio de Janeiro
- Cally Caroline
- 7 de jun.
- 3 min de leitura
O EMO VIVE prometeu uma viagem no tempo — e, na noite desta sexta-feira (06/06), o Rio de Janeiro embarcou de corpo e alma. Depois de emocionar Porto Alegre, o festival chegou à cidade com um público ansioso, vibrante e pronto para gritar cada verso outra vez. No palco, Mae, Emery, Anberlin e Fresno transformaram lembranças em euforia, entregando apresentações enérgicas, carregadas de hits e emoções à flor da pele. Foi mais do que um show: Foi um reencontro coletivo com quem fomos e ainda somos.

Desta vez, a abertura ficou por conta da banda independente DEF que, apesar do nervosismo de tocar no palco da Fundição Progresso pela primeira vez, mostrou a que veio. Com um repertório autoral, a banda contou com o apoio do pequeno público que se aglomerava em frente ao palco para acompanhar uma noite de muita música e nostalgia.
Logo em seguida, a banda Mae subiu ao palco e encontrou a casa parcialmente cheia. Com um carisma inegável, o vocalista Dave Elkins não escondeu a felicidade de estar no palco do Emo Vive, ressaltando sempre que possível sua gratidão por finalmente estar no Brasil após tantos anos de carreira. Com sucessos do álbum The Everglow, que celebra 20 anos em 2025, era visível a emoção dos fãs ao ouvirem as músicas que foram trilha sonora de suas vidas. E a banda não deixou a desejar — o público cantou junto de “We’re So Far Away” a “The Sun and the Moon”.

Emery subiu ao palco em uma explosão de energia — uma grata surpresa para os poucos que ainda não conheciam o som dos norte-americanos. Com a casa já cheia, a setlist agradou aos fãs do início ao fim, que responderam com mosh pits — e até mesmo um stage diving. Além de “So Cold I Could See My Breath” e “Studying Politics”, do álbum The Question, a setlist também contou com faixas dos álbuns "I’m Only a Man" e "The Weak’s End", que foram trilha sonora para um público que já estava mais que aquecido.
Quando as luzes se apagaram ao fim do intervalo, gritos chamando por “Anberlin” tomaram conta da Fundição.

Não era surpresa para ninguém que este era um dos shows mais aguardados da noite — e com razão. Anberlin, agora com Matty Mullins como frontman, entregou uma performance emocionante. A conexão com o público foi tanta que o baixista da banda, Deon Rexroat, desceu do palco e foi tocar no meio da galera em um dos momentos mais marcantes da noite. “High Stakes”, single lançado em 2024, também entrou na setlist, deixando os fãs mais do que satisfeitos com a entrega da banda no palco.
Apesar do line-up repleto de bandas internacionais, a mais esperada da noite, sem dúvidas, foi a Fresno. Tocando um set especial, montado exclusivamente para o festival, a banda revisitou seus três primeiros álbuns — Quarto dos Livros (2003), O Rio, a Cidade, a Árvore (2004) e Ciano (2006). O público do Emo Vive cantou a plenos pulmões do início ao fim, às vezes quase tão alto quanto a própria banda. “Se Algum Dia Eu Não Acordar”, “Stonehenge” e “Evaporar” foram pontos altos do show, mas foi com a clássica “Em Cada Poça Dessa Rua Tem Um Pouco das Minhas Lágrimas” que a Fundição veio abaixo.

Assim como os fãs, a banda também realizava um sonho: dividir o palco com suas maiores referências no meio emo. As músicas, emocionantes por si só, ganharam um toque especial, acompanhadas das falas emocionadas de Lucas sobre a honra de estar ali, naquele palco. Apesar de a Fresno já estar mais do que acostumada a tocar — e lotar — a casa de shows, a noite de sexta ficará marcada na história.
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